quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Giro rápido por Paris - 404, Jacques Genin, Galerie Emmanuel Perrotin

Paris é ímpar e aparece a cada dois posts neste blog. Pudera! Tem Paris para todos os gostos, momentos e bolsos. Reproduzo aqui um dia “típico” para ecléticos “comme moi”.

Passeando pela Rue Turenne, esbarramos na Galerie Emmanuel Perrotin que apresentava a divertidíssima exposição “auto-retratos”, de Takashi Murakami. Imperdível. Mais adiante, fomos parar na loja de design Bizance, inteiramente “pensada” como uma casa com direito a sala de jantar, quarto e cozinha equipadíssimos. Tem peças contemporâneas criativas de designers badalados como móveis, espelhos, tapetes imitando tampas de esgotos de Paris e esculturas feitas com pneus.

Depois de muita caminhada, é obrigatório descansar ao som de Cesária Evora na loja de “JACQUES GENIN – Fondeur en Chocolat”. A fábrica fica no segundo andar e produz uma infinidade de “jóias” expostas na boutique do primeiro piso. O salão é meio “seventies” e tem confortáveis poltronas de couro, decoração clássica, e serviço elegante (apesar de lento). A seleção de chás também é incrível e conta com sabores maravilhosos como o PU ER MILLÉSIME 1998 com descrições poéticas no cardápio como “fragâncias outonais de sous-bois, notas de hummus e lascas de madeira”. O chocolatinhos com flocos de arroz que escoltam os chás também são divinos. Com sorte se consegue capturar o momento em que o chef confeiteiro desce ao salão com seu uniforme lindamente respingado de chocolate. Desconfio que a senha para a sua descida seja o pedido do chocolate quente, do tipo ultra-denso, que deixa a colher na vertical. O confeiteiro, com um prazer quase sádico, despeja o líquido untuoso na xícara em meio a olhares salivantes como o meu na mesa ao lado. Jacques Genin fornece para o Hotel de Crillon e o Plaza-Athenée, entre outros. Gente pesada.

À noite, o clima é marroquino! Vá correndo ao 404, restaurante no 10º arrondissement. Lindo e próprio para jantar, tem mesas coladas umas às outras com velas e lamparinas marroquinas por todos os lados. A cozinha que produz ferozmente uma enormidade de tajines e couscous, é parcialmente aberta. Apesar do pé direito alto tem atmosfera intimista, dada a luz baixa e os móveis de madeira escura. Há vinhos marroquinos, egípcios e franceses. Fui de Syrah marroquino, naturalmente, pra completar o clima, e me esbaldei com um exemplar parrudo, mas correto, vinificado por um produtor francês que conheceu o viticultor marroquino enquanto andava de bicicleta pelo Marrocos. Comemos couscous de cordeiro com merguez (lingüiça picante de cordeiro) e legumes refogados. Excelente também foi o tajine de cordeiro com passas, ameixas e grãos de bico. A música também é demais: alta, sexy e animada.

Paris é isso aí: de Murakami a Marrocos, sempre uma festa.

GALERIE EMMANUEL PERROTIN
76, Rue de Turenne & 10, Impasse Saint-Claude
75003
http://www.galerieperrotin.com/

PÂTISSERIE JACQUES GENIN
133, Rue de Turenne, Paris 3e
75003

RESTAURANTE 404
404.abemadi.com
69, Rue des Gravilliers

75003 Paris, França

2 comentários:

  1. A primeira foto é de onde?
    Fiquei muito curioso pela casa de chocolate com decoração "seventies". Quando o tema é essa década, ou é muito legal ou muito cafona, hehehe...
    Ah, e a Galerie Perrotin está devidamente anotada.
    bjs!
    GK

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  2. É da casa de chocolates mesmo. A decoração é legal, mas ficou um pouquinho fria. Se fosse um partido mais seventies tinha que ser um pouquinho menos clean. Mas o produto é beeeem legal. Tudo que comi era ótimo. Valeu!

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